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Passa a Grana, Velho:

domingo, 9 de fevereiro de 2014.
Mais um texto retirado do Casa dos Contos - Do pseudônimo ao real. Data: 26/11/2012


O nome do que fiz recentemente, quando ainda estava em Juiz de Fora, é programa! Sempre tive esse desejo, não que eu ache uma coisa legal de se fazer, mas como escritor me vale a experiência. Agora posso escrever sobre isso com todas as letras possíveis e se não fosse este conto me arrependeria amargamente do que fiz, e de como fiz.
Quando eu conheci o Alberto estava mais do que bêbado, minha comanda estava estourada e certamente eu sairia daquela boate numa viatura, pois dinheiro para pagar a conta eu não tinha.
A velha que havia conhecido no show do (esqueci o nome da banda, mas o rock que eles tocavam era bem fóda) havia me arrastado para lá, para a Stand Up. Depois de muito insistir acabou me convencendo, prometendo que pagaria tudo e que não havia problema nisso.
Mas a louca ficou bêbada demais e acabou dormindo no sofá do banheiro (isso mesmo tinha um sofá no banheiro, rsrsr)... Ou seja, eu estava fodido.
Faltavam algumas horas para amanhecer e não me restava nada a não ser esperar, uma hora ela teria que acordar não é mesmo? Então fui me distrair um pouco na dark room, para tentar esquecer aquele problemão.
No escuro alguém me chupava, outro tentava me beijar e mais outro queria me comer. Mas minha cabeça estava longe demais para sentir tesão. Tirei meu pau da boca de sei lá quem, empurrei o sujeito que estava do meu lado, dei umas punhetadas no outro que estava atrás de mim e antes mesmo de gozar ou fazer qualquer um deles gozar, deixei aquela sala e fui me sentar numa mesinha do bar.
Abaixei minha cabeça e comecei a lamentar.
- Droga! – Suspirei baixinho.
- Você está bem? – Uma voz do meu lado chamou a atenção e me fez levantar a cabeça.
Lá estava ele, o homem calvo de quarenta e dois anos que caiu do céu (ou veio do inferno?) para me salvar naquela noite, em troca de um pequeno favorzinho, lógico.
- Não, eu não estou bem. Vim para cá com uma louca que conheci no festival de bandas e ela está dormindo no banheiro. Quem vai pagar a conta? Eu estou ferrado.
- Nem tanto, passe para cá sua comanda – ele estendeu a mão tentando mostrar simpatia. – Eu resolvo seu problema, aliás, você é bonitinho demais para ir preso assim.
Olhei para o cara me sentindo comprado, mas haveria outra solução? Entreguei-lhe a comanda.
- Pronto, agora você não tem mais com que se preocupar – ele voltou e me entregou a comanda paga. – Agora pode se divertir. O que gosta de beber?
- No estado que estou, só uma cerveja mesmo.
Na verdade foram mais de cinco. Quando a balada terminou entrei no táxi com o cara e me esqueci do que aconteceu depois.
Merda! O que foi que eu fiz? Quem é esse coroa? Puta que pariu, onde estou? Foi o que pensei quando abri os olhos e vi Alberto nu, deitado do meu lado, num quarto que eu nunca tinha visto antes.
- Bom dia menino maluquinho! – Disse ele quando se virou para mim, com um sorriso satisfeito transbordando no rosto.
- Como assim, quem é você? – Perguntei ainda confuso, acompanhado de uma dor de cabeça insuportável.
Ele sorriu.
- É normal, pelo tanto que bebeu ontem, não se lembraria de nada mesmo. Meu nome é Alberto. Prazer Sebastião.
- Sebastião? Ai, meu Deus – cobri os olhos com as mãos, envergonhado. – Meu nome é Gabriel.
Ele deu uma gargalhada.
- Você é mais maluco do que eu pensava. Quanto te perguntei seu nome, você me disse que se chamava Sebastião.
Eu tive que rir também.
- Tá ok, me desculpa. Mas então, aconteceu mais alguma coisa, além disso, que eu não me lembre? Fizemos alguma coisa?
- Foi uma loucura. Quando eu tirei sua bermuda para dar uma chupada você começou a chorar, me pedindo para parar. Disse que amava um cara e que não poderia fazer isso com ele. Eu tentei saber o nome, mas você se negou a falar. Disse que era o maior segredo da sua vida e que ninguém poderia saber de nada.
Quando eu me virei para dormir, você mudou de idéia. Tirou sua roupa toda e pediu que eu tirasse a minha, você disse -“Que se dane, eu te devo um favor”
- E você? Não reagiu?
- Claro que não, eu adorei. Quando eu estava pagando um boquete me veio uma vontade louca de te comer. Quando eu te pedi para se virar, você foi exigente. Me disse que só dava para meninos mais novos que você e para variar, que eles ainda devem ser morenos. Eu achei a maior graça.
Depois de um largo sorriso, misturado com vergonha e indignação, pedi para que ele continuasse.
- Então não teve jeito, eu tive que abrir uma exceção. Te coloquei a camisinha e me virei de bruços, então você se deitou sobre mim e me penetrou. Meteu, meteu, meteu e custou para gozar. E quando gozou, acabou dormindo, com o pau dentro de mim. Eu te joguei para o lado e te cobri com o lençol, então peguei no sono também.
Estava feito. Alberto me ofereceu dinheiro, mas eu não queria aceitar. Foi com muito custo que aceitei uns trocados, só porque precisava pagar a passagem para voltar para casa.
Nos tornamos bons amigos depois disso. Aos poucos fui o conhecendo melhor. Ele e os garotos que ele pagava para transar, mas o que ele me deixou fazer com essas suas putinhas já é outra história...
 
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