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Não! De Novo Não:

quinta-feira, 1 de março de 2012.
     
      Aconteceu numa terça feira de carnaval, depois da meia noite... Quando já era quaresma, o diabo apareceu... (lindo e gostoso como sempre)
Eu dançava já embriagado, cansado pelos quatro dias anteriores... Como um pirata, bebendo rum, vodka, whisky, o que pudesse encher um copo.
Senti algo tapando meus olhos, mãos frias, quase geladas, me deixaram sem visão para que eu entendesse a brincadeira. Alguém queria fazer uma surpresa.
      - Não, sei – tentei me remexer – me segurou com mais força.
      - Quase sei – tudo bem – me apertou com o outro braço, lançando-me um abraço.
      - Não sei droga! – me lambeu o pescoço. 
      - Cowboy – me virei e olhei para ele, e era mesmo... Como eu poderia me enganar?
Vestido com uma calça jeans, camiseta social aberta, mostrando os peitos e o abdômen sarado, de chapéu de rodeio na cabeça... Ele me encarava sorrindo, esperando uma reação.
[meus amigos já me olhavam com curiosidade, principalmente a dona Brunna Araújo]
Durante dez segundos não sabia o que dizer, fiquei apenas a encarar o homem que já partira meu coração, que me trocara por uma mulher, que partira sem me dar explicações (e que o caralho a quatro - é só ler as outras postagens do marcador cowboy)
O sorriso do desgraçado ainda estava no rosto? Merda! Ele está mesmo afim de conversar comigo... Todo safadinho me lambendo no meio da multidão, fantasiado de ... cowboy?
      - Você está vendo ele Brunna? – perguntei a loirinha que estava do meu lado.
      - Claro né, seu idiota!
      - O que você faz aqui cara? – disse a ele enfim, me convencendo de que aquilo não era uma alucinação.
      - Eu deveria começar lhe pedindo desculpas por algumas coisinhas não é?
      - Sim, mas tudo bem... Pode falar de uma vez.
      - Eu vim a sua procura... Peguei a moto e vim rezando para te encontrar.
[meu coração gelou, depois bateu acelerado, e fez tátátá tá balançando o chão da praça - junto com a música da Ivete que tocava]
      - Agora? Depois de... (não consegui falar)
      - Eu sei do que você está falando, mas não pode esquecer isso?
      - Tudo bem o que você quer?
      - Você - todinho!
[filho da puta]
      - E o que te faz pensar que agora serei teu?
      - É carnaval!
Minha reação foi segurar em seus braços e o puxar para longe do barulho das imensas caixas de som. Deixei a galera e o levei  até a arquibancada, onde a poluição sonora era menor.
      - Você só pode estar de brincadeira comigo... Me diz, o que você bebeu?
      - Nada... Bem, só umas cervejinhas, mas isso não atrapalha né?
      - Com umas cervejinhas você sai por aí, todo todo, lambendo as pessoas e estampando o quão veado você é? É isso...
      - Não, é que eu senti sua falta mesmo. Não agüentava mais ficar com a (nome) pensando em você. Foi uma burrice da minha parte ter te deixado para ficar com ela. Não é isso que eu quero, eu quero ser como sou, gostar de você e ficar do seu lado.
      - E você pensa que depois de tudo vai conseguir agora, assim? Você acha que é só invadir a minha cidade, me dar um abraço, uma lambida e boom, eu cairia nos teus braços?
[a animação desapareceu do rosto dele]
      - Mas, poxa Gabriel, não seja cruel, me dê uma chance. Eu estava confuso antes, mas agora sei o que quero, muito bem!
      - Cara, escuta! [fiquei nervoso com tamanha insistência] confusão é coisa de menininho de 15 a 17 anos e você já tem quase 20! Tem porra o suficiente para assumir o que gosta, o que quer. Você deveria ter sido homem antes, mas você não fez isso. Ao invés de me amar você só gosou na minha bunda. Então me deixe em paz tah ok? Eu-não-quero-mais-ficar-com- você, acabou, eu já superei isso e eu não te quero mais.
      Depois das minhas palavras finais saí andando para me encontrar com meus amigos novamente. Ele se levantou, segurou nos meus ombros, me virou e tentou me beijar...
Agora todos sabem o verdadeiro motivo de naquela noite eu ter voltado para casa com a mão ensaguentada... [dentes duros os dele ein?]

 
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