9

O Amor nem Sempre é o Bastante:

sexta-feira, 4 de novembro de 2011.
Clique em Share e Compartilhe esta Postagem no Facebook >>

Aconteceu numa tarde ensolorada, quando pela primeira vez contemplei o medo nos olhos do Cowboy... Ele ainda não estava pronto para lidar com isso, com seus 18 anos... Não queria tê-lo pressionado, mas quando percebi, nosso namoro já estava a beira do precipício... A idéia de usar drogas naquele dia não surgiu de mim, então me enganei quando fiz aquilo pensando que o estava fazendo por amor...



Dois meses de namoro se seguiram acompanhados pela proibição. Eu dividia o amor do cowboy apenas com as 4 paredes do curral... E dividia a mim mesmo em dois: de um lado ficava o Brian convicto e assumido que todos conheciam, do outro lado a mentira, um personagem que naquela fazenda fazia-se passar por um falso hétero, que todos acreditavam ser verdadeiro.
Respeitando a vontade do meu namorado eu me sentia obrigado a viver dentro de um escuro armário onde a única saída era continuar enganando... Não que guardar segredo não fosse excitante, mas a questão era que depois de todo aquele tempo eu precisava de uma vida de verdade.
Uma vida que todos deveriam ter o direito de ter.
Não me fazia bem a idéia de me acomodar às sombras da verdade. Continuar me escondendo, temendo daquela forma, como se o mundo fosse aquele que me fecharia todas as portas quando descobrisse nosso caso. Como se amar e lutar fosse um crime sujeito a pena de morte...
Eu precisava assumir, ou pelo menos abandonar aquela mentira.
Quando já pensava em pedir a Roberto sua mão, para me ajudar a enfrentar a verdade lá fora, ele apareceu...
Acordei de manhã com o aviso de meu pai... Roberto e seu irmão estavam na sala.
Os recebi da melhor forma o possível. Roberto estava lindo naquele dia, o que fez com que eu quase me esquecesse da conversa séria que pretendia ter com ele na primeira oportunidade que surgisse.
Conversa séria... Até parece...
Quando descobri o que os dois queriam de mim naquela tarde, a insatisfação acabou dando descarga na historinha ridícula que eu contava para todo mundo para preservar o anonimato que o cowboy desejava.
Meu namorado deduziu que eu conhecia algum traficante da cidade e me pediu para ajudá-los a comprar maconha!
O que eu precisava realmente era de outra oportunidade, mas diante daquele pedido apenas pude aproveitar para mostrar um pouco do meu lado perverso (que pela primeira vez mostro a vocês, queridos leitores)
Pois como eu poderia naquele momento, dizer a um cara que queria se drogar, que eu precisava de uma vida de verdade a seu lado?
- Não posso ajudar vocês, mas conheço alguém que pode – disse a eles enquanto insinuava que deveriam me seguir até a casa de um amigo. (que prefiro chamar de fulano)
Fulano estava dormindo quando eu e Roberto entramos em sua casa. Em pé diante da porta o cowboy olhava, com um sorrisinho no rosto, enquanto eu puxava os cobertores, acordando fulano, que, quando se recuperou da vista embaçada pelos primeiros raios de sol, reparou a cena e compreendeu tudo. “Mais um favorzinho daqueles que o Brian me pede, tudo bem, já estou saindo amigo, mas qual a desculpa dessa vez?” ... “Eles querem maconha fulano, leve  o irmão do cowboy até o suposto traficante, mas peça que eu Roberto esperemos aqui” – Foram palavras baixas e rápidas, que resolveram...
Vimos os dois saindo e se perdendo de vista. Só nos restava esperar, mas não foi o que fizemos. Enquanto Roberto pensava que aquilo significava uma chance de matarmos a saudade da longa semana que passamos sem nos vermos, em meus pensamentos eu sabia que aquela chance era na verdade a oportunidade que eu precisava para expor-nos e mostrar a quem quisesse ver a verdade sobre nós dois.
O lance da maconha havia me revoltado. Decidi então que poderia assumir-nos de uma forma acidental...
Casa vazia, quatro paredes entre nós, a saudade e a privacidade juntas se transformaram num desejo incontrolável. Quando fechei a porta acabei por deixá-la destrancada, de propósito. Roberto me olhava com insegurança...
“Relaxe, eles não voltarão agora.” O medo dele alimentou a adrenalina naquele momento, nosso paladar aguçado precisava sentir novamente o gosto da saliva. Meus olhos famintos precisavam brilhar de novo ao vê-lo sem as roupas. Cowboy! Cowboy! Quanto tempo estava sem te provar, sem sentir o gosto que só você tem?
Venha aqui! Nossos corpos estavam mais uma vez unidos, em minha cidade, na cama de meu amigo. Gostoso me parecia enganar seu irmão, melhor ainda quando ele voltasse... Dessa vez fiquei por cima, o quarto semi escuro se iluminava apenas pela luz que vinha da fresta da janela quase fechada.
Depois de vinte minutos em preliminar, já não tínhamos mais controle sobre nós. Os instintos a flor da pele desejavam engolir cada parte dele... O sorriso, os lábios carnudos, o abdômem sarado... Foi inevitável sua vontade de me colocar para dentro (hummmm), mas quando já estávamos posicionados, prestes a começar, a porta se abriu. Fulano e seu irmão entraram...
As camisas estavam jogadas no chão, as calças ainda abaixo do joelho.

Continua...
 
Mente Pervertida © Copyright | Template By Mundo Blogger |
Subir